Castanha-do-Brasil gera meio milhão de reais a povos tradicionais e indígenas em Rondônia

A safra da castanha foi pequena em toda a Amazônia, mesmo com esse coletores de duas Terras Indígenas e três Reservas Extrativistas em Rondônia obtiveram R$ 526 mil de renda entre o final de 2018 e abril de 2019.

A produção de 134 mil quilos de Castanha in natura envolveu 648 castanheiros. Eles receberam capacitação técnica do projeto Pacto da Floresta, desenvolvido pela Oscip Pacto das Águas, que conta com apoio do Fundo Amazônia. O preço médio do quilo da castanha com casca chegou a R$ 3,96, valor acima da média na região e 90% de toda a produção foi comercializada localmente. Ou seja, essa renda favorece a economia local dos municípios.

A produtividade dos castanhais é sazonal, variando a cada safra, mas para a de 2019/2020, que começa a partir de outubro, a expectativa é que a quantidade de castanhas disponíveis seja bem maior que a última produção.

Por este motivo, os extrativistas das Reservas Extrativistas Estadual e Federal do Cautário, do Rio Ouro Preto, e das Terras Indígenas Rio Branco e Igarapé Lourdes continuarão recebendo capacitação e acompanhamento dos técnicos do projeto Pacto da Floresta. A expectativa é ampliar o número de castanheiros envolvidos na safra, que este ano chegou a 684 castanheiros, sendo 245 mulheres.

No entanto, o desafio é conciliar o aumento da produção com o pagamento de preços justos aos extrativistas. “O Pacto das Águas e o coletivo da Rede da Floresta necessitarão estabelecer novas estratégias para assegurar a formação de estoques de castanha e um equilíbrio nos preços na próxima safra”, afirmou o coordenador de projetos Sávio Gomes.

 

A importância da castanha

A Castanha é um produto rico em gorduras boas, selênio, tem alto poder nutritivo além de ter ação antioxidante. O selênio combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para prevenção de canceres. Pode ser consumida in natura, em forma de farinha, torrada, sorvetes, bolos. Seu óleo é usado na culinária e muito procurado por empresas do ramo de cosméticos.

A castanha vive preferencialmente em terra firme e cresce onde a estação seca é de 3 a 5 meses, por isso é uma arvore predominantemente amazônica. Além disso, seu fruto serve de alimentos para vários animais, sendo também um bom indicador da fauna de uma região.

O extrativismo da castanha é tradicional da região amazônica, cujo uso dos ouriços também pode servir como artesanato ou carvão vegetal.

Os técnicos do Pacto da Floresta valorizam o conhecimento tradicional dos extrativistas, mas apresentam algumas técnicas que melhoram a qualidade das amêndoas, além de estimular a formação de parcerias comerciais, incentivando o comércio justo.

 

Sobre o Pacto da Floresta

O Projeto Pacto da Floresta, que recebe recursos do BNDES – Fundo Amazônia tem como um dos principais objetivos apoiar a consolidação da cadeia produtiva da Castanha do Brasil em 05 áreas protegidas de Rondônia, por meio da manutenção e ampliação de castanhais nativos, aquisição de mesas de seleção e secagem, construção de estruturas de armazenamento, planejamento da safra, apoiando o escoamento da produção, assessoria e acompanhamento técnico e na comercialização.

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