Exposição fotográfica mostra relação da cultura indígena com o manejo da castanha

Até o final de novembro, quem visitar o Museu das Comunicações Marechal Rondon em Ji-Paraná (RO) pode conhecer um pouco da cultura indígena por meio da exposição fotográfica O Caminho da Castanha. Composta por trinta fotos, a exposição apresenta o cotidiano dos povos Arara e Gavião, em Rondônia, e Rikbaktsa, no Noroeste de Mato Grosso, bem como o trabalho realizado no manejo da castanha-do-Brasil, também conhecida como castanha-do-Pará.

O registro fotográfico foi realizado por José Medeiros para o acervo do projeto Pacto das Águas, que é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A parceria entre o museu e o projeto foi motivada pela Primavera dos Museus, evento realizado em todo país entre os dias 21 e 27 de setembro.

A diretora do museu, Maricelma Almeida Chaves, explica que a exposição irá continuar até novembro, em razão do aniversário de Ji-Paraná. “Vamos estendê-la para que as escolas tenham mais tempo para trazer seus alunos”, explica. “As pessoas precisam reconhecer que ocupamos um território que era fundamental para a subsistência dos povos indígenas e o mínimo que podemos fazer, é dar o reconhecimento devido”.
“A imagem que a população não-indígena tem dos povos da floresta é feita, muitas vezes, a partir de uma visão preconceituosa quando na verdade eles estão à margem de tudo, não sendo nem reconhecidos como cidadãos brasileiros”, complementa Maricelma. A diretora acredita que esta parceria entre o museu e o projeto Pacto das Águas ajudará a levar um novo olhar para quem visitar o museu nos próximos dois meses.

Para Sávio Gomes, articulador regional do Pacto das Águas em Rondônia, a exposição serve também como atividade de Educação Ambiental ao mostrar à população urbana que próximo do município existe aldeias indígenas de diferentes culturas e que buscam alternativas de sobrevivência. “O manejo da castanha é uma atividade inerente à cultura indígena da região amazônica, que é sustentável e gera renda para a comunidade”, explica Sávio.

Sávio argumenta ser importante saber que parte da alimentação que a gente consome vem de populações tradicionais e povos indígenas. “Muita gente não sabe que a castanha comprada no supermercado foi extraída a poucos quilômetros por uma família indígena”, completa. “Com a exposição, além de se ter uma ideia de como é feita produção da floresta até os barracões é possível ter também outro olhar sobre essas populações”, finaliza.

Museu das Comunicações
Durante a Primavera Indígena, o museu também realiza a exposição de artesanato O Fazer Indígena, com artefatos dos povos Gavião, Arara e Zoró.
Já na sexta feira (25), a partir das 19h será realizada a noite cultural “Resgatando Memórias Indígenas”, com apresentação de rituais indígenas.

Sobre o projeto Pacto das Águas
O projeto Pacto das Águas tem como objetivo estimular e consolidar estratégias de desenvolvimento econômico pautadas na manutenção da floresta e respeito à cultura das populações. Com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, atua na região Noroeste de Mato Grosso e Leste de Rondônia, envolvendo mais de três mil pessoas no apoio ao manejo florestal comunitário, com a seringa e a castanha.
Além de ser considerada como uma das mais bem-sucedidas experiências em alternativas de geração de renda pautadas na conservação das florestas na Amazônia junto a povos indígenas e tradicionais, o Pacto das Águas ajuda a garantir a conservação de 1,8 milhão de hectares de Floresta Amazônica, considerando a área das terras indígenas.

Serviço
Museu das Comunicações Marechal Rondon
Rua Travessa do CDL, s/n, Centro – Ji-Paraná – RO
Funcionamento: Segunda a quinta das 08h às 18h e sexta das 08h às 17h30

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